Com origem nos Estados Unidos, a Black Friday cresceu de um simples dia de descontos para um fenômeno global que movimenta bilhões de dólares. No Brasil, a data foi introduzida há mais de uma década e rapidamente se consolidou como um dos eventos mais importantes do ano, para o comércio.
Neste texto, exploraremos a história da Black Friday, sua chegada ao Brasil, como ela se desenvolveu no mercado nacional e quais as expectativas para a data neste ano de 2024. Confira!
Origem da Black Friday
A história da Black Friday remonta aos Estados Unidos, onde surgiu como uma data comercial ligada ao feriado de Ação de Graças, celebrado anualmente na última quinta-feira de novembro. A sexta-feira seguinte ao feriado tornou-se, ao longo dos anos, o início não oficial da temporada de compras natalinas.
O termo “Black Friday” começou a ser usado nos anos 60, na Filadélfia, onde policiais utilizavam a expressão para descrever o caos do trânsito e a aglomeração de pessoas nas ruas após o feriado, quando a cidade era tomada por consumidores que visitavam lojas em busca de promoções.
Apesar do sentido inicial negativo, o termo foi gradualmente adotado pelo comércio para descrever um dia de grande movimentação e vendas.
Simbologia cromática
Na década de 1980, a Black Friday passou a representar o momento em que muitos varejistas passavam das perdas (“no vermelho”) para os lucros (“no preto”), devido ao aumento no volume de vendas.
Essa narrativa ajudou a popularizar ainda mais a data entre consumidores e lojistas, transformando-a em um marco do varejo.
Chegada da Black Friday ao Brasil e desenvolvimento no país
No Brasil, a Black Friday chegou de forma oficial em 2010, quando um grupo de empresas, liderado por sites de e-commerce, organizou o evento exclusivamente online. A primeira edição brasileira contou com a participação de grandes varejistas, como Submarino, Americanas e Walmart.
Com o passar dos anos, a Black Friday no Brasil evoluiu de maneira significativa. Um número cada vez maior de lojistas, não somente no ambiente online, mas também em lojas físicas, aderiu à data.
Para os consumidores brasileiros, a data se popularizou por uma série de fatores:
- em primeiro lugar, a cultura de descontos não era tão disseminada no Brasil quanto em outros países, até então, e o evento representou uma oportunidade única para economizar;
- o crescimento do comércio digital nos anos 2010 foi um grande impulsionador;
- outro fator foi a adaptação do evento às particularidades do mercado brasileiro: enquanto nos Estados Unidos a Black Friday é tradicionalmente um dia de compras, no Brasil ela frequentemente se transforma em uma “Black Week”, com promoções que se estendem por toda a semana, ou “Black November”, quando as ofertas acontecem o mês todo.
Black Friday em números
Tal desenvolvimento reflete-se em números. Em seu primeiro ano, o resultado da Black Friday não foi tão significativo: apenas R$ 3 milhões em vendas online, segundo levantamento da ClearSale.
Com a consolidação ao longo dos anos, porém, os números cresceram meteoricamente: em 2023, a data movimentou R$ 7,2 bilhões só no comércio online, segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).
O crescimento do evento também gerou impactos significativos na logística e no atendimento ao consumidor. Empresas de transporte e entregas enfrentam alta demanda, enquanto lojistas investem em infraestrutura tecnológica para suportar o aumento no tráfego online e evitar quedas nos sistemas.
Expectativas para 2024
Estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) preveem uma movimentação de R$ 5,22 bilhões na Black Friday 2024, no Brasil. Devido à facilidade no comparativo de preços, os canais online representarão uma fatia expressiva desse montante.
Os segmentos de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis e utilidades serão os mais procurados. Vestuários, calçados e acessórios também prometem movimentação considerável.
Importante considerar a atual cotação do dólar, atualmente a R$ 5,81. O valor elevado tem encarecido itens importados, tendência que pode se manter na Black Friday. É claro, promoções acontecerão, só não tão agressivas como as vistas em anos anteriores.
Por outro lado, o número de consumidores que pretende comprar na data cresceu cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior, segundo levantamento do Mercado Livre e Mercado Pago, no estudo “Panorama do Consumo Black Friday 2024”. O pagamento por cartão de crédito segue como preferência da maioria dos compradores, com parcelamento a curto prazo: em até três vezes.
O futuro da Black Friday no Brasil
Novas tendências, como o uso de Inteligência Artificial para personalizar ofertas e o fortalecimento do comércio via redes sociais, apontam para um futuro ainda mais digital e integrado, no chamado omnichannel.
Além disso, o evento tem potencial para continuar atraindo novos segmentos de consumidores e setores, ampliando seu impacto econômico.
Sem dúvidas, a Black Friday, que começou como um evento tipicamente norte-americano, encontrou no Brasil um terreno fértil para crescer, influenciando a cultura de consumo no país.