Outubro bate à porta e traz consigo a primeira grande data comemorativa do último trimestre do ano: o Dia das Crianças. Como de costume, os lojistas já se preparam para as vendas do período, especialmente abundantes para as categorias de brinquedos, roupas e calçados infantis. Os eletrônicos, que cada vez mais atraem os interesses dos pequenos, ainda não se equiparam, porém, ao volume de vendas das categorias tradicionais.
As expectativas têm variado entre as diferentes regiões do país. Em Brasília, 56% dos comerciantes preveem aumento de vendas em comparação ao mesmo período do ano anterior, com movimentação estimada em R$ 261,7 milhões. Os dados são do Instituto Fecomércio-DF. As previsões também são otimistas no No Rio de Grande do Sul, de acordo com levantamento da mesma entidade.
Em Minas Gerais, porém, a expectativa é a menor desde 2020. Apenas 18,4% dos entrevistados pela pesquisa Expectativa de Vendas – Dia das Crianças 2024 aguardam melhores resultados este ano, em comparação com o mesmo período de 2023. Ainda assim, não se pode desconsiderar a importância do Dia das Crianças não somente para o comércio, mas também para o setor de serviços. Não faltam eventos direcionados ao público infantil.
Expectativas para o último trimestre
Embora o Dia das Crianças não tenha a força da Black Friday ou do Natal, a data é um primeiro termômetro, apesar de tímido, do que podemos esperar para o fim do ano.
A intenção de consumo das classes mais baixas esteve em queda desde o início de 2024, resultado da ameaça inflacionária e da alta do dólar. Por outro lado, um ritmo mais positivo do mercado de trabalho começa a trazer, para essas mesmas famílias, um otimismo que chega aos poucos, cauteloso, conforme apontado pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e pela Intenção de Consumo das Famílias (ICF), em dados do fim do primeiro semestre deste ano.
É claro, as previsões para as vendas de fim de ano estão sujeitas a fatores socioeconômicos e ainda não há dados ou pesquisas com resultados já disponíveis. Uma variável que se repete ano a ano, porém, é a ajuda representada pelo pagamento de férias e 13° salário, que se reflete no aumento do consumo linkado aos grandes eventos que marcam, principalmente, o mês de dezembro.
Para algumas famílias, o Desenrola trouxe um alívio do endividamento, o que também pode se refletir em maior poder e segurança para compra nos próximos meses. E para quem busca uma oportunidade de emprego temporário, a hora é agora para iniciar a busca.
Tendências de consumo
Já adiantamos, aqui no blog, algumas das tendências de consumo que se mantêm, agora, neste período de fim de ano:
- aumento das compras online;
- consumidores engajados;
- maior preocupação com fatores sustentáveis, especialmente no contexto das práticas ESG.
Podemos citar, ainda, o interesse crescente do consumidor pela personalização, seja no produto, em si, ou na experiência proporcionada pela marca. Uma pesquisa sobre este tema foi publicada pela McKinsey no final de 2023 e permanece bastante atual.
O “boom” dos eletrodomésticos
Um setor que já tem performado bem e promete crescer ainda mais no período de datas comemorativas é o de eletrodomésticos.
Para o segmento, 2024 tem sido um ano de recuperação. Com uma média de 3% de crescimento nos últimos anos, alguns períodos fecharam com resultados negativos, em épocas passadas, segundo Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros.
Este ano, porém, registrou-se uma alta de 31.5% no consumo desses itens, entre janeiro e agosto, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram 71 milhões de unidades vendidas.
De olho na Black Friday e no Natal, a expectativa é que o setor encerre 2024 com um aumento de 15% em vendas. E os preparativos já começaram: empresas como LG, Samsung e Semp TLC injetam investimentos em logística e já alimentam seus estoques, cujo aumento chega a 50% em relação a 2023.
Prevê-se, ainda, condições de pagamento facilitadas, em parcerias com redes varejistas, com maiores possibilidades de parcelamento.
—-
Gostou deste conteúdo?
Leia também: